Para site Terra Zero, quadrinhos só podem ser políticos se forem de esquerda

>> quarta-feira, 13 de maio de 2020


Enquanto estou scrollando no Facebook me aparece um texto do site nerd de extrema esquerda Terra Zero intitulado "[#ArtigoDeConvidado] Você entendeu errado!" que nada mais é que uma tentativa de shaming contra leitores e criadores de quadrinhos de direita. Vamos dar uma olhada nos "melhores momentos"?


A propagação do conservadorismo nas histórias em quadrinhos voltou a ser alvo de discussões, nesta quinta-feira (07), após o portal TAB, do UOL, publicar uma matéria sobre a consolidação do gênero “quadrinhos de direita” como um nicho no Brasil.
Embora controversa (a matéria cita apenas duas obras como exemplo desta tendência, Doutrinador e Destro – e se equivoca ao não informar que o autor desta última também é Luciano Cunha, de Doutrinador, sob um pseudônimo), o texto tem seu mérito ao destacar que, de fato, uma parcela dos leitores brasileiros não entende a mensagem.

Basicamente o articulista está escandalizado com o fato de termos quadrinhos com viés de direita e isso ser considerado um nicho. Se formos olhar em termos de business, a estrategia do Luciano Cunha e Doutrinador é o Oceano Azul. Enquanto as principais editoras estão cortejando um publico progressista com suas hqs, existe todo um público de direita sendo alienado pelas empresas, ou seja, os personagens de Luciano tem todo um mercado para explorar sozinho, seja por miopia das outras editoras ou vergonha de explorar esse nicho. Aqui no Brasil Carlos Andreazza, editor da Record, percebeu essa demanda represada e lançou vários livros de direita que foram campeões de vendas. Se O Doutrinador e os outros personagens de Luciano estivessem em uma editora maior com certeza seria ainda maior do que é hoje.

Quadrinhos de super-heróis são essencialmente progressistas.

Oi? Não, quadrinhos de heróis são essencialmente maniqueístas e os valores morais são o principal. Nos quadrinhos antigos você pode tentar puxar coisas mais a esquerda como uma guerra de classes, mas isso no máximo era um pano de fundo. Em sua origem quadrinhos é escapismo pra molecada, conforme as décadas foram passando e a politica foi ficando a frente de contar uma boa história o publico para de se renovar e ficam só os velhos.

 Em outras palavras, ao consumir um produto cultural, seja ele uma revista em quadrinhos, um filme, ou livro, esperando não encontrar ideologias, ou mesmo uma mensagem além da capa, é consumi-lo de maneira rasa.

Realmente, qualquer obra tem algo de politico nela. O problema da modernidade é que a politica não é mais plano de fundo, algo que o leitor que quer apenas escapismo e esquecer essas discussões atuais do mundo em que vivemos vai encontrar. Quando leio um One Piece da vida, hoje como adulto eu percebo as inclinações políticas da obra, mas isso é plano de fundo. Antes disso o autor me entrega personagens carismáticos e uma incrível construção de mundo. Hoje os quadrinhos das principais editoras parecem panfletos de DCE, com personagens que mais parecem caricaturas do que os bonitinhos do politicamente correto querem empurrar goela abaixo de todo mundo.

Escrever um quadrinho conservador é produzir uma obra que não condiz com a essência do formato.
Não, uma mídia é aquilo que os profissionais envolvidos fazem. Tenho certeza que quando os irmãos Lumièrre criaram o cinema não foi para ver determinados tipos de coisa serem feitas.

Quadrinhos são um símbolo de contravenção, resistência e afronta ao establishment do conservadorismo. Um formato democrático que sempre dará espaço para que os desajustados, as minorias e os excluídos possam ser ouvidos.
Aceitando o seu argumento que quadrinhos seja uma forma de afrontar, o que é mais contra o sistema no mundo atual do que ser conservador? Sim, num mundo dominado por um discurso progressista lacrador, ser anti sistema é ser de direita. Neste mundo maluco em que vivemos o pensamento de direita hoje é marginalizado pelo mainstream. Enquanto isso não mudar por mais maluco que pareça ser de direita é ser contracultura.

Promover histórias como as referidas pela reportagem como “nicho”, ou aceitar as expressões de ódio do Comic Gate como “movimento”, é o mesmo que jogar fora oitenta e cinco anos de história.
Aos poucos, o mercado americano entende e se movimenta para diminuir os danos causados pelo ódio. E nós? Até que ponto deixaremos chegar?
E o que o nobre democrata sugere para resolver esse "problema"? Proibir a expressão do pensamento de direita nas artes? Quadrinhos só podem ser políticos se forem de esquerda?

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