Liefeld critica Alan Moore

>> sábado, 20 de outubro de 2007

O mestre ao lado da esposa

O texto abaixo foi retirado do Omelete, mas já dou minha opinião agora: esse bostinha do Liefeld deveria fazer um curso básico de anatomia para ver se finalmente aprende a desenhar ao invês de falar bobagens sobre o Moore.

Com 40 anos completados no último dia 3 e novos projetos prestes a sair, o desenhista Rob Liefeld foi perfilado esta semana pelo jornal OC Weekly, da comunidade chique do Estado da California onde o quadrinista vive atualmente. E, como sempre, falou mais do que muitos fãs acham que ele deveria. Liefeld falou sobre uma das vacas sagradas da indústria dos quadrinhos: Alan Moore.

Os dois trabalharam juntos na segunda metade da década de 90. Moore escreveu a elogiada fase de Supremo, bem como as séries Glory e Youngblood, entre outras."Se você fez negócios com Alan, tem uma opinião diferente sobre o cara. Ele se vende como um poeta, mas é só um negociador sem escrúpulos, como todo mundo. Ele ficava querendo mais trabalho porque só queria dinheiro", diz Liefeld em uma parte da entrevista publicada apenas no blog do OC Weekly.

Confira outras declarações propositalmente incendiárias de Liefeld - ele inclusive diz ao repórter "Você devia vender isso para a Wizard, 'Rob Liefeld ataca Alan Moore'" - sobre seu ex-parceiro:

"Ele é brilhante, mas penso que se mostrou como alguém que saiu do controle. Tipo, ele brigou com a Wildstorm, e teve outra briga com a DC, e não trabalha pra Marvel. Uma hora a gente tem que pensar, putz, Alan, [o problema] é você ou o resto do mundo?

Alan só quer receber mais dinheiro, é só isso. Desculpe, Alan. Eu tive meus serviços por Alan Moore, ele não me intimida. Não o coloco no pedestal como Jack Kirby e Frank Miller. Ele é só um cara que quer ser pago, e faz negócios que depois não gosta, aí vira reclamão e chorão... Cara, ele trabalhou pra mim por dois anos, eu fiquei quieto por uns dez. E aí vi ele se queimar com todo mundo e pensei 'Hmmm'. Mesmo que a gente não tenha brigado. Ele simplesmente parou de trabalhar para nós [a antiga editora de Liefeld, Awesome Comics], porque agora queria investir em seu novo universo com a Wildstorm [a linha America's Best Comics] e, de novo, como eu disse, OOPS! Tudo foi por água abaixo. Ele dá um novo sentido ao termo 'artista temperamental'.

Aí ele vem e diz para todo mundo 'eu vou reclamar de todas adaptações [ao cinema] que vocês fizerem', e não demonstra lealdade alguma a colegas como Dave Gibbons e David Lloyd. Ele sabe que, se reclamar do filme, vai manter uma porcentagem dos fãs longe. É um cara interessante, alguém devia fazer um documentário. Estou esperando pela versão Crumb [documentário sobre o artista Robert Crumb que revelou detalhes pouco elogiáveis do criador] de Alan Moore."

Na matéria, Liefeld também não poupa a Marvel. Diz que os problemas com a editora no meio do projeto Heróis Renascem - quando ele e Jim Lee passaram a produzir grandes personagens da editora, como Vingadores e Quarteto Fantástico, em meados dos anos 90 - se deram não pela qualidade de seu trabalho, intensamente criticado pelos fãs, mas devido à concordata da Marvel na mesma época.

"A Marvel entrou em processo de falência - como parceiro, me ligaram em 26 de dezembro de 1996: 'Rob, vamos entrar em falência amanhã. Estamos ligando para todos os nossos parceiros, para deixar avisados, e queremos deixar claro que seu contrato não será afetado'. Eu desligo o telefone e minha mulher pergunta 'Bom, o que isso quer dizer?'. Eu digo 'isso quer dizer que vão mexer no meu contrato daqui a duas semanas'", disse Liefeld na entrevista.

A reportagem segue colocando que o desenhista recebeu a proposta de diminuir o valor do contrato com a editora, como Jim Lee já havia feito, mas ele não quis afetar o salário de seus colaboradores. Assim, foi expulso do projeto. Atualmente, Liefeld está produzindo sua versão sanguinária, violenta e tecnológica da Bíblia, agora chamada Armageddon Now: World War 3. O projeto ainda não tem data de lançamento prevista.